12 de junho de 2010

Invictus


No mês em que a África do Sul é o alvo de todos os holofotes, vale muito a pena assistir "Invictus" (EUA, 2009, Clint Eastwood). O filme trata sobre o mandato de Nelson Mandela (Morgan Freeman) no país pós-apartheid, o qual continuava sendo culturalmente e economicamente dividido. A proximidade da Copa do Mundo de Rugby pela primeira vez realizada no país, fez com que Mandela resolvesse usar o esporte para unir a população que ainda estranhava os primeiros passos na nova mentalidade. Sendo assim, convoca para uma reunião Francois Pienaar (Matt Damon), capitão da equipe sul-africana, e o incentiva com palavras e exemplos que serviriam de apoio para a que a seleção nacional sonhasse em ser campeã - o que não passava de uma uotpia um tanto distante. O título "Invictus" é inspirado em um poema escrito por William Ernst Henley, em 1875, quando estava no hospital prestes a ter sua perna amputada. O poema serviu de motivação para que Mandela pudesse superar os anos de prisão e também foi usado pelo presidente para o incentivo prestado.
É interessante acompanhar as cenas dos jogos da Copa do Mundo de 1995 (de Rugby) e dos detalhes de um país que procurava uma nova identidade em cada detalhe - desde a segurança do presidente que era realizada por guarda-costas negros e brancos, até a empregada doméstica negra que é convidada pelo capitão da seleção anfitrião para assistir a final no estádio Ellis Park. Ah, vou logo dizendo, você vai virar fã incondicional de Nelson Mandela e entender porque é uma das figuras mais respeitadas e influentes do mundo. Vai lamentar ele não ter comparecido na abertura da Copa do Mundo 2010 (de futebol) e torcer pelos "bafanas bafanas" - que na seleção de futebol 2010 só conta com um jogador branco no elenco, exatamente, o oposto da seleção de Rúgbi de 1995. Se o Nelson Mandela desse uma lida nessa última observação, puxaria minha orelha...
Invictus
(William Ernst Henley, em 1875)
Out of the night that covers me,
Black as the Pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.

In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.

Beyond this place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds, and shall find, me unafraid.

It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll,
I am the master of my fate;
I am the captain of my soul.

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Tradução: André C S Masini
 
Do fundo desta noite que persiste
A me envolver em breu - eterno e espesso,
A qualquer deus - se algum acaso existe,
Por mi’alma insubjugável agradeço.

Nas garras do destino e seus estragos,
Sob os golpes que o acaso atira e acerta,
Nunca me lamentei - e ainda trago
Minha cabeça - embora em sangue - ereta.

Além deste oceano de lamúria,
Somente o Horror das trevas se divisa;
Porém o tempo, a consumir-se em fúria,
Não me amedronta, nem me martiriza.

Por ser estreita a senda - eu não declino,
Nem por pesada a mão que o mundo espalma;
Eu sou dono e senhor de meu destino;
Eu sou o comandante de minha alma.

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