26 de setembro de 2010

Referências (Um dia você vai precisar).

Nos trabalhos acadêmicos este é um importante elemento obrigatório. Seja na monografia, artigo científico, tese de doutorado, ou até mesmo no quadro do Dr. Dráuzio Varella no Fantástico (que peca em fontes informativas) o pesquisador que trabalha com informação científica (independente da área de conhecimento) deve mencionar suas fontes de consulta para uma maior credibilidade e segurança de conteúdo. A referência é o conjunto de informações sobre textos e/ou documentos utilizados, organizados segundo uma ordem específica, contém os elementos descritivos destes documentos, de forma a permitir sua identificação. A lista de referências deve ser apresentada no final do trabalho em ordem alfabética de autores pessoais ou entidades e títulos. Ainda que apresentadas em notas de rodapé deverão ser repetidas na lista no final do trabalho. Destacam-se aqui os elementos essenciais e os complementares das referências, estes devem ser alinhados somente à margem esquerda do texto e de forma a se identificar individualmente cada documento em espaço simples e separadas entre si por espaço duplo. Seguem abaixo modelos de referências e um pequeno explicativo sobre o uso de termos em latim - infelizmente, indispensáveis na prática de trabalhos científicos.

a) Um autor:

ALVES, Roque de Brito. Ciência criminal. Rio de Janeiro: Forense, 1995.

b) Dois autores:

DAMIÃO, Regina Toledo; HENRIQUES, Antonio. Curso de direito jurídico. São Paulo: Atlas, 1995

c) Três autores:

CARRAHER, T.; CARRAHER, D.; SCHELIEMANN, A. Na vida dez na escola zero. São Paulo: Cortez, 1993.

d) Mais de três autores:

URANI, A. et al. Constituição de uma matriz de contabilidade social para o Brasil. Brasília, DF: IPEA, 1984.

e) Destaque à responsabilidade intelectual:

BARRAVIEIRA, Benedito (Coord.). Venenos: aspectos clínicos e terapêuticos dos acidentes por animais

peçonhentos. Rio de Janeiro: EPUB, 1999.

f) Entidades:

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Catálogo de teses da Universidade de São Paulo, 1992. São Paulo, 1993, p. 467.

g) Várias obras do mesmo autor:

FREIRE, Gilberto. Casa grande & senzala: formação da família brasileira sob regime de economia patriarcal.

Rio de Janeiro: J. Olympio, 1943. 2 v.

______. Sobrados e mocambos: decadência do patriarcado rural do Brasil. São Paulo: Ed. Nacional, 1936.

h) Imagem em movimento – inclui filmes, videocassetes, DVD, entre outros:

OS PERIGOS do uso de tóxicos. Produção de Jorge Ramos de Andrade. São Paulo: CERAVI, 1983. 1

videocassete (30 min.), VHS, son., color..

i) Documento iconográfico - inclui pintura, gravura, ilustração, fotografia:

KOBAYASHI, K. Doença dos Xavantes. 1980. 1 fotografia, color., 16 cm X 56 cm.

j) Documento sonoro - inclui disco, CD, cassete, rolo, entre outros:

ALCIONE. Ouro e cobre. São Paulo: RCA Victor, p1988. 1 disco.

l) Artigos e/ou matérias de periódicos. Com indicação de autoria:

SILVESTRE, Armando Araújo. Deus em xeque: qual a diferença entre ateu e agnóstico? Superinteressante: a melhor revista jovem do Brasil. São Paulo, edição 192, p. 40, set. 2003.

m) Artigos e/ou matérias de periódicos. Sem indicação de autoria:

UM PROJETO na Amazônia para salvar as tartarugas. Geográfica Universal, Rio de Janeiro, n. 141, p. 94-95, fev. 1995.

n) Monografia no todo em meio eletrônico:

ALVES, Castro. Navio negreiro. [S.I.]: Virtual Books, 2000. Disponível em:

http://www.terra.com.br/virtualbooks/freebook/port/Lport2/navionegreiro.htm. Acesso em: 10 jan. 2002,

16:30:30.

Nota explicativa sobre termos utilizados em referências

Apud:

– (do latim:  junto a, em, citado por, conforme, segundo. Indica a fonte de uma citação indireta.

Para referenciar um autor (em que a obra o pesquisador NÃO teve acesso) que está indicado em um livro ao qual o pesquisador mencionado na referência TEVE acesso. Ex.:

(ANDERSON, 1981 apud ARÉVALO, 1997, p. 73)

Estudos de Zapeda (apud MELO, 1995, p. 5) mostram [...]

BUTERA apud MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de direito civil: direito das sucessões. 30. ed. São Paulo: Saraiva, 1995, v. 6, p. 80.

OBS: A expressão apud é a única que pode ser usada em notas e no texto. As demais, somente em notas.

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Cf.:

– Confira, confronte, compare:

Cf. GOMES, 2001

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Et al. – et alii (masculino), ou et aliae (feminino), et alia (neutro):

– e outros. É comumente usado quando você não quer nomear todas as pessoas ou coisas numa lista. Ex.:

Eichelberger JP, Schwar KQ Black ER, et al. Predictive value of dobutamine echocardiography just before noncardiac vascular surgery. Am J Cardiol 1993;73:602-7.

William MJ, Odabashian J, Lauer MS, et al. Prognostic value of dobutamine echocrdiography in patients with left ventricular dysfunction. J Am Coll Cardioal 1996;27:132-9.

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Ibidem ou ibid.:

– Para fazer referência, subseqüente, de um mesmo autor, em página diferente, de uma mesma obra. Ex.:

GONÇALVES, 2000, p. 61

Ibid., p. 203

MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de direito civil: direito das sucessões. 30. ed. São Paulo: Saraiva, 1995, v. 6, p. 15.

Ibidem, p. 25.

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Idem ou id:

– Para fazer referência, subseqüente, de um mesmo autor. Ex.:

LAMPRECHT, 1962, p. 20

Id., 1964, p. 35

ou

Idem, 1964, p. 42

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Loco citato ou loc. cit. :

– No trecho citado (Remete a um trecho citado anteriormente).

PAPALEO, Celso Cezar. Aborto e contracepção: atualidade e complexidade da questão. Rio de Janeiro: Renovar, 1993, p. 278.

PAPALEO, Celso Cezar, op. cit., loc. cit.

SILVA; SOUZA; SANTOS, 1995, p. 99-115

SILVA; SOUZA; SANTOS, 1995, loc. cit.

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Opus citatum, opere citato ou op. cit.:

– obra citada.

GONÇALVES, 2000, p. 50

GONÇALVES, op. cit., p. 216

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Passim:

– por aqui e ali, em diversas passagens (Indica referência a vários trechos da obra).

GONÇALVES, 2000, passim.

MOTA, Sílvia. Testemunhas de Jeová e as transfusões de sangue: tradução ético-jurídica. In: GUERRA, Arthur Magno Silva e (Coord.). Biodireito e bioética: uma introdução crítica. Rio de Janeiro: América Jurídica, 2005, passim.

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Sequentia ou et seq.:

– Seguinte ou que segue (da página indicada em diante).

PINTO, 1956, p. 31 et seq.

MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de direito civil: direito das sucessões. 30. ed. São Paulo: Saraiva, 1995, v. 6, p. 15-17.

MONTEIRO, Washington de Barros, op. cit., p. 36 et seq.

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Referências (Utilizadas pelo autor do Blog):


PADOVANI, Vitoria Lucia. Monografia. Material da 2ª aula da Disciplina Metodologia da Pesquisa Jurídica, ministrada nos Cursos de Especialização TeleVirtuais da Universidade Anhanguera-UNIDERP REDE LFG, 2010.

SEVERINO, Antonio Joaquim Severino.
Metodologia do trabalho científico. 22. ed. São Paulo: Cortez, 2007.

12 de setembro de 2010

Construir.



Quem já passou pela experiência de construir uma casa (Na verdade, acompanhar a construção e dar pitacos né)? Tá aí uma coisa corrida: pesquisar preços, fiscalizar trabalhos que você não entende bem, fazer cara de entendido em 80% das conversas com o pedreiro, pensar em economia e exigir o máximo de novidade, andar sujo, pisar no reboco, pagar uns micos e dar explicaçoes p/ vizinho. A maratona é puxada! Mas o sujeito-homem-macho-predador acho que só se realiza como sujeito homem-macho-predador quando compra o próprio carro e mexe com a construção de uma casa. Se ele vier a pintar alguma parede na obra, aí já é sujeito-homem-macho-predadore-X-Men-Origens.
É sempre válido conhecer um universo novo do mercado que todo dia tá a nossa frente, mas que tem segmentos que só se buscam em períodos específicos. A primeira observação que se faz, leigamente, é que construir é mais negócio que comprar feito. Muito mais. Seja comprar imóvel na planta, usado, terreno, etc. Construir é um grande negócio. Um exemplo: uma casa de 200.000 reais, pode ser construída por uns 60.000 e ainda ficar, totalmente, customizada. O lance é ter o pique p/ guentar construção... Os pequenos contratempos sempre dão as caras. Mas nada supera a sensação do grande negócio, é ou não é?
Nas andanças pelo mundo desconhecido percebi que, atualmente, a parte de iluminação dos imóveis mudou, radicalmente, de uns tempos p/ cá. O sujeito-homem-macho-predrador-administrador-do-bolso é um animal que gosta de perambular em busca das melhores ofertas. Pesquisar: porta, cerâmica, tijolo, telha, madeira, portão, ferro, vidro, tubulação, gesso e por aí vai... É mais ou menos como subir um prédio de 10 andares com a cama nas costas (talvez, 11). Acredito que o novato, como eu, precisa de uns três meses de estudo prévio antes de se meter a jogar lego ou fazer castelo de areia.  Caso a pessoa disponha de recursos para pagar os profissionais competentes em cada subdivisão de uma obra aí já são outros quinhetos... (ou oitocentos, ou novecentos). Mas qual a graça? Construir é colocar o capacete amarelo imaginário e sair batendo nas portas das lojas de materiais de construção. Muito mais empolgante! O google responde tudo, meu amigo. Tudo! Mostra imagem, planta de casa, sites com projetos que podem ser mudados, ideias sobre como lucrar com a venda, construir com responsabilidade e o que mais der na telha - isso não foi de propósito.
A construção é um troço tão complexo que foi tema para a melhor música brasileira do século XX Era uma casa muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada segundo a Revista Rolling Stone (Brasil) - Construção / Chico Buarque.  Só esse cidadão mesmo p/ fazer poesia de um tema tão concreto - isso foi de propósito:

"Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado..."

Além do ramo musical é óbvio que um tema tão relevante também é alvo certo do normativistmo jurídico. Merecem destaques dar uma lida no Código Civil, na chamada Lei do Condomínio, Estatuto da Cidade, legislação trabalhista, alguma coisa em direito tributário, entender de cartórios de imóveis, das normas sobre arquitetura e engenharia, e se precisar de dinheiro; de direito comercial, matemática financeira e boa lábia - do tipo Agostinho Carrara (A grande Família). Muito cuidado ao ir em um banco e conseguir crédito para construção. Essa fase, apesar de inicial, talvez, seja a mais importante, caso você não possua todo o dinheiro exigido para a empreitada. A Caixa econômica é vantajosa, ainda assim é muito muito muito burocrática, às vezes compensa dar uma conversada no Banco do Brasil, se o dinheiro a ser pego não for lá alguma coisa que se divida suavemente e se pagque rápido - em 60 vezes, é claro. (É um sintoma clássico de pobreza dividir as coisas em 60 vezes, mas funciona e quase toda família já fez um, pode acreditar!). Enfim, em síntese é isso: sujeito-homem-macho-predador-chapéu-de-construtor-amarelo é um ser pensante a ser observado com muita cautela.



Arn.