4 de julho de 2010

O Brasil foi Laranja...


Acabou! O sonho durou cinco partidas e outra vez o Brasil foi desclassificado nas quartas-de-finais... O resultado tão contestado de 2006 foi repetido. Mas dessa vez com uma nova bandeira... Outros conceitos... E nessa história, mais uma vez, o Brasil foi "O Laranja". A Copa de 2006 foi o ápice do "auê", talvez, da história de todo o futebol mundial... Nunca uma seleção foi tão comercial, tão "já ganhou", teve tantas estrelas, mundialmente, conhecidas como a do mundial passado. A constelação tinha: Ronaldo, "O Fenômeno" (três vezes "melhor jogador do mundo" escolhido pela FIFA e, até hoje, o maior artilheiro da história em Copas do Mundo - 15 gols); Ronaldinho Gaúcho (melhor do mundo em 2004 e 2005 - quase um "E.T" do futebol na época); Adriano "O Imperador", melhor atacante da Série A do Campeonato Italiano e artilheiro do Brasil na Copa América e Copa das Confederações; Kaká, jogador sensação do campeonato italiano e escolhido no ano seguinte, 2007, melhor jogador do mundo. Melhor parar só nos quatro grandes nomes apelidados de "O quarteto mágico"... Enfim, o resto da história todos conhecem... E por que lembrar??? Porque o fracasso de ontem respingou no atual... O Brasil de muitos craques em 2006 não poderia ter estrelas em 2010... Essa parecia a receita óbvia, e cega, do sucesso. A seleção agora deveria buscar um grupo não de grandes nomes, mas de pessoas dignas e comprometidas com o espírito coletivo... O certo é que as verdades do futebol nascem muito dos resultados, se ganharem os envolvidos estão certos, se perderem são ignorantes... O radicalismo da análise feita em 2006 deu no que deu em 2010. O "REVANCHISMO" fez o Brasil ficar alaranjado em uma das lições mais claras que o futebol ofereceu nos últimos anos... Quando o jogo estava 2 a 1 p/ Holanda e o Brasil ainda poderia fazer mais uma substituição p/ tentar reverter alguma coisa... Dunga olhou p/ banco e viu um conjunto de homens "dignos", mas que naquele momento não ajudariam muito... Então, de que serviu o "revanchismo"? Será que Roberto Carlos, Ronaldinho Gaúcho, Ganso e Neymar (os dois últimos por não terem sido convocados em nome do tal comprometimento que os homens dignos de Dunga tiveram durante os quatro anos de preparação) seriam nomes inferiores, futebolisticamente, aos que estavam ali sentados? 
Fiquei irritado com isso durante quatro anos assistindo um Brasil "meia-boca" jogando e, de fato, vencendo com um futebolzinho fraco seus principais jogos... Só não esperava vivenciar um soco tão forte nessa ideolodia de dignidade acima de qualidade como foi em 2010... O Dunga fechou os ouvidos para tudo e para todos, desperdiçou a chance de ir mais forte para uma copa em nome da cabeça dura e o problema  doeu em todo o país. Foi foda! Nossa seleção dependia de Kaká, Robinho e Luis Fabiano inspirados todos os dias possíveis - nem sempre é assim... É pouco p/ nossa camisa. Kaká já não joga bem há um ano e vem de sérias lesões, não tinha um substituto a altura e ainda assim ele, Dunga Burro, fechou os olhos p/ Ganso... Jogador que o Brasil inteiro pediu em coro. Tudo em nome de um Julio Batista que na hora que  poderia ser usado, no momento de fazer a 3º, e última, substituição da copa naquele jogo, simplesmente, consentiu com a insuficiência de criatividade... Essa foi a lição! Morreu abraçado com o que o Brasil todo anunciou... "Kaká tá mal e não tem reserva...", "Felipe Melo vai ser expulso em algum jogo...", "Esse time não tem reservas de qualidade...".
Foi complicado ver a Holanda jogar um futebol parecido com o nosso ideal de habilidade, toque rápido, tranquilidade, "cozinhar o galo", movimentação e etc... A Holanda foi mais "Brasil" e, também por isso, o Brasil foi laranja... Tenho certeza que essa renovação que será feita no pós-copa contará com nomes desse time do Dunga e que retornará a buscar os talentos brasileiros que prezam pelo bom futebol. Afinal, nosso esporte nunca foi dignidade, companheirismo, justiça e etc... São conceitos que devem estar presentes em todos os segmentos é verdade, mas antes deles existem outros tão importantes quanto dentro de quatro linhas: habilidade, técnica, criativiade, ousadia, TALENTO! O Brasil escreveu sua história no futebol dessa forma e é lembrado pelas cinco estrelas que carrega no peito por esse legado... Com certeza se a seleção contasse com Ganso, Neymar ou Ronaldinho Gaúcho, ou pelo menos um dos três, o jogo contra a Holanda não teria sido de tanta covardia, impotência, debilidade... Perdemos como time pequeno que vê a derrota a sua frente e baixa a cabeça por acreditar que nada pode fazer... Torço muito por Kaká, Robinho, Daniel Alves, Maicon, Julio Cesar, aposto nesses cinco nomes como os que poderiam continuar sendo os pilares da nova geração à caminho de 2014. Uma coisa é certa, sem revanchismo, o legado dessa copa será o de que nunca devemos esquecer os grandes talentos... O futebol em determinado momento vai perguntar por eles... E quando esquecemos a polpa... Voltamos com o bagaço! Numa dessas o Brasil foi laranja...

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