31 de outubro de 2009

Lúcia Queria Casar



Lúcia Queria Casar (Arn. Bruno)

Foi nessa noite passada, quando ela tava "cheia"
Havia bebido e brigado com o novo gerente
Seus olhares solteiros na cumplicidade alheia
Parecem lembrar de um véu insinuante
Como se a sorte lhe sorrisse ao léu
- E não ao Léo... Amigo insistente!

Pessoas, pré-definidas, à disposição
Tantos ouvidos fechados à espera do amor
Matam Lúcia de ódio nas noites de domingo
Parece que o futuro é a última pedra do bingo
Dessa sina de marido, nem comenta mais...
Promete manter-se sorrindo, sentir-se "a eleita"!

Lúcia queria casar - oh, que dó!
O que é isso ao nosso redor?
Parece piada de gente antiquada
Conversa de quem anda só...

Ora, se não é a tradução perfeita
Do medo de se criar e morrer sozinha
Nem se lembra que não nasceu de outro jeito
Ao segurar o surrado coraçãozinho faminto
- Esse que não passa de laboratório...
Embora insistam na versão de labirinto!

Da liberdade fez o cinto que segura
Aquilo que há muito não sente mais
Foi a necessidade dessa gente em viver à dois
Que mudou os conceitos - já escolhe bem menos...
Alugar-se por noites de prazeres banais
Fez dela tão feliz que renovou seus acenos...

Lúcia queria casar - oh, que dó!
O que é isso ao nosso redor?
Parece piada de gente antiquada
Conversa de quem anda só...

E não é que, anos depois, a panela cozinhou o arroz...
Leonardo, o amigo enciumado que tanto acompanhava
Revelou-se a solução que Lúcia não encontrava
Fala mais que papagaio da testa azulada
Quem não tem cão, caça com gato!
Vai que dá certo esse trato... - Todos tem fé em Deus!

Chega ao fim a necessidade conjugal
Não há de se falar em mega, ultra, hiper sorriso
Mas até que o zíper abre mais que o preciso
Parece que a liberdade foi experiência formal
As idéias de hippie soam planos perdidos
Tudo posto fora em nome do altar obsessivo...

Lúcia queria Casar, mas já está confusa:
Sobre o que fez...
- E não fez...

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